Fonte:Diário Popular-Pelotas.
Por:Murian Ribeiro.
Em meio a um mal súbito sem conseguir se comunicar e somente com a filha portadora de dificuldades de dicção em casa, Cristina Schuartz, acabou ficando sem o atendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). “Minha filha tem dificuldades de dicção, mas consegue falar, no entanto, acho que eles pensaram que poderia ser um trote. Chegamos a conseguir até passar o endereço, mas por fim, mesmo passando mal optei por pedir para meu irmão me levar ao hospital por nossa conta mesmo.”
O mesmo drama enfrentado por Cristina em serviços públicos também ocorre com diversos outros portadores de necessidades especiais. A dona de casa Caroline Soares relata que ao ir fazer a carteira do filho para o uso do transporte público, na Secretaria de Transporte e Trânsito, teve que servir como intérprete de Libras para um senhor que estava lá sem conseguir se comunicar. “Eles estavam chamando o senhor, só que como ele não ouvia, não conseguia compreender. Como meu filho tem deficiência auditiva e eu conheço a língua de Libras, pude fazer a intermediação, no entanto, acho um absurdo um espaço que atende vários segmentos da população, não dispor de um profissional habilitado”, disse.
A falta de profissionais intérprete de Libras ou ainda de equipamentos conhecidos como TDD (Telecommunications Device for the Deaf) em português, dispositivo de comunicações para surdos, não acontece somente no Samu. Corpo de Bombeiros, Brigada Militar e Polícia Civil também não dispõem do equipamento. Já nos órgãos municipais, apenas alguns setores das secretarias de Saúde e de Educação apresentam profissionais intérpretes.
Para contornar o problema, existe uma central de comunicação que pode ser acionada pelo telefone 142. A Central de Intermediação de Comunicação para Deficientes Auditivos e da Fala (Cic) recebe ligações gratuitamente de todo o Brasil através dos dispositivos TDD. A partir das informações passadas pelo deficiente, a central realiza a intermediação da ligação com serviços de atendimento de urgência ou para qualquer outro serviço que o usuário necessite. Mesmo o serviço sendo gratuito, se o utilizador estiver ligando de um telefone fixo de casa, pagará as tarifas de uma ligação local.
O que diz o Samu
Conforme a encarregada substituta do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Vanessa Peres, o caso pode ter sido confundido com um trote. No entanto, ela ressalta a necessidade de serviços públicos oferecerem alternativas para que haja o atendimento de toda a população, sem distinção. “Enfrentamos grande dificuldade com a quantidade de trotes que recebemos todos os dias. Mesmo que este caso da Cristina tenha sido isolado, iremos propor na próxima reunião da coordenadoria do Samu, medidas como a disposição de um telefone celular para receber mensagens de texto e proporcionar também acessibilidade para quem tem problemas para comunicação”, disse.
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Fonte:Diário Popular-Pelotas.
Por:Murian Ribeiro.
Em meio a um mal súbito sem conseguir se comunicar e somente com a filha portadora de dificuldades de dicção em casa, Cristina Schuartz, acabou ficando sem o atendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). “Minha filha tem dificuldades de dicção, mas consegue falar, no entanto, acho que eles pensaram que poderia ser um trote. Chegamos a conseguir até passar o endereço, mas por fim, mesmo passando mal optei por pedir para meu irmão me levar ao hospital por nossa conta mesmo.”
O mesmo drama enfrentado por Cristina em serviços públicos também ocorre com diversos outros portadores de necessidades especiais. A dona de casa Caroline Soares relata que ao ir fazer a carteira do filho para o uso do transporte público, na Secretaria de Transporte e Trânsito, teve que servir como intérprete de Libras para um senhor que estava lá sem conseguir se comunicar. “Eles estavam chamando o senhor, só que como ele não ouvia, não conseguia compreender. Como meu filho tem deficiência auditiva e eu conheço a língua de Libras, pude fazer a intermediação, no entanto, acho um absurdo um espaço que atende vários segmentos da população, não dispor de um profissional habilitado”, disse.
A falta de profissionais intérprete de Libras ou ainda de equipamentos conhecidos como TDD (Telecommunications Device for the Deaf) em português, dispositivo de comunicações para surdos, não acontece somente no Samu. Corpo de Bombeiros, Brigada Militar e Polícia Civil também não dispõem do equipamento. Já nos órgãos municipais, apenas alguns setores das secretarias de Saúde e de Educação apresentam profissionais intérpretes.
Para contornar o problema, existe uma central de comunicação que pode ser acionada pelo telefone 142. A Central de Intermediação de Comunicação para Deficientes Auditivos e da Fala (Cic) recebe ligações gratuitamente de todo o Brasil através dos dispositivos TDD. A partir das informações passadas pelo deficiente, a central realiza a intermediação da ligação com serviços de atendimento de urgência ou para qualquer outro serviço que o usuário necessite. Mesmo o serviço sendo gratuito, se o utilizador estiver ligando de um telefone fixo de casa, pagará as tarifas de uma ligação local.
O que diz o Samu
Conforme a encarregada substituta do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Vanessa Peres, o caso pode ter sido confundido com um trote. No entanto, ela ressalta a necessidade de serviços públicos oferecerem alternativas para que haja o atendimento de toda a população, sem distinção. “Enfrentamos grande dificuldade com a quantidade de trotes que recebemos todos os dias. Mesmo que este caso da Cristina tenha sido isolado, iremos propor na próxima reunião da coordenadoria do Samu, medidas como a disposição de um telefone celular para receber mensagens de texto e proporcionar também acessibilidade para quem tem problemas para comunicação”, disse.