O Rio Grande do Sul terá o primeiro Banco de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário (Bscup) público, que funcionará no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Com a presença do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, a nova unidade localizada na rua São Manoel, no bairro Santa Cecília, será inaugurada no final do mês. O chefe-médico do Bscup do HCPA, João Pedro Marques Pereira, salienta que a unidade terá capacidade de armazenar três mil bolsas de sangue de cordão. De acordo com Pereira, as mães doadoras terão que enfrentar um processo rigoroso de exames. "Somente depois deste processo de seleção, se elas passarem, o sangue será conservado", destaca. O investimento no banco de sangue de Porto Alegre, que pertence à Rede BrasilCord, foi de R$ 3,5 milhões financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes).
Jornal do Comércio - Quando será inaugurado o Banco de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário (Bscup) em Porto Alegre?
João Pedro Marques Pereira - Temos datas previstas para a última semana de julho ou primeira semana de agosto. A inauguração oficial vai depender da agenda do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que faz questão de estar presente na inauguração da unidade no Estado.
JC - Já existe um banco de sangue de cordão umbilical no Rio Grande do Sul?
Pereira - Existe um banco privado. Mas público é o primeiro. O plano do Ministério da Saúde é construir 13 bancos do tipo. Com isso, haverá uma cobertura total do território nacional. As unidades serão coordenadas pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca). Todos esses bancos farão parte da Rede BrasilCord (Brasil Cordão), que por sua vez estará vinculada ao EuroCord e a USACord.
JC - De onde surgiu esta iniciativa?
Pereira - O projeto é desenvolvido pelo Inca e pela Fundação Ari Frausino. A fundação conseguiu um empréstimo junto ao Bndes para a aquisição dos equipamentos que foram repassados aos bancos de sangue de cordão. O investimento na compra dos aparelhos da unidade do Hospital de Clínicas é de R$ 3,5 milhões.
JC - Qual a estimativa de coleta do banco do HCPA?
Pereira - A unidade terá capacidade de armazenar três mil bolsas de sangue de cordão.
JC - Quem está habilitado a fazer a coleta do sangue de cordão umbilical?
Pereira - A coleta pode ser feita pelos médicos ou pelas enfermeiras. No Hospital de Clínicas, será realizada pela enfermagem.
JC - Como é feita a coleta?
Pereira - O processo é muito simples: pulsionamos a veia umbilical e retiramos o sangue de toda a placenta, o que dá um volume total de 100ml a 150ml. As células-tronco são isoladas no laboratório e é feito um concentrado dessas células e congelado em um equipamento chamado bioarquivo. As células-tronco são conservadas em nitrogênio líquido a menos 190 graus. Existem experiências de células-tronco conservadas por 12 ou 15 anos que funcionam.
JC - O que esse sangue de cordão tem de especial?
Pereira - Ele pode ser utilizado em todos os tipos de doenças malignas do sangue, como vários tipos de leucemias e aplasias de medula, ou seja, quando a medula para de funcionar. A medula dos nossos ossos é a fábrica de sangue. Se o tutano do osso deixar de funcionar, nós não temos mais sangue. O transplante de medula é a única maneira de salvar uma pessoa e de curarmos doenças malignas do sangue, o chamado câncer de sangue.
JC - Como serão selecionadas as mães doadoras?
Pereira - O processo será rigoroso. Serão realizados diversos exames de sangue e faremos um histórico clínico das mães. Se elas passarem nos exames, o sangue será conservado.
JC - Quais são as vantagens da criação deste banco?
Pereira - A vantagem é a disponibilidade imediata de sangue e de achar uma pessoa que necessita deste sangue. Ou seja, qualquer pessoa que necessite de um transplante de medula óssea. Sabendo das características do sangue (tipo) basta ir no bioarquivo e verificar se existe o tipo desejado. Uma outra grande vantagem é que a compatibilidade entre a célula-tronco do doador e a do receptor (paciente) com o sangue do cordão umbilical não necessita ser absolutamente completa. Por exemplo, se forem necessários seis itens para compatibilidade no sangue do cordão umbilical eu posso ter apenas quatro. A compatibilidade não precisa ser tão grande.
JC - Existem desvantagens?
Pereira - Sim. O sangue de cordão umbilical só pode ser usado em pessoas de pouco peso. Além disso, é um procedimento caro, uma vez que o sangue precisa estar estocado e todo o processo necessita do acompanhamento de uma equipe de especialistas.
JC - Como os pacientes recebem estas células?
Pereira - Na veia, como se fosse uma transfusão de sangue. O transplante de medula óssea é muito simples. As células-tronco circulam pelo nosso sangue e se aninham onde encontram melhor receptividade, ou seja, é na medula óssea do paciente que ela faz o seu lar.
JC - Como estão as pesquisas para novos tratamentos com células-tronco?
Pereira - Estamos fazendo uma investigação pesada em doenças cardíacas, do pâncreas e do sistema nervoso central. Queremos utilizar células-tronco em enfermidades relacionadas ao coração, como infarto, no sistema nervoso central (pessoas que ficam paralisadas), diabetes, no pâncreas e em pessoas com doenças imunológicas.
Fonte: Jornal do Comércio.
Jornal do Comércio - Quando será inaugurado o Banco de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário (Bscup) em Porto Alegre?
João Pedro Marques Pereira - Temos datas previstas para a última semana de julho ou primeira semana de agosto. A inauguração oficial vai depender da agenda do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que faz questão de estar presente na inauguração da unidade no Estado.
JC - Já existe um banco de sangue de cordão umbilical no Rio Grande do Sul?
Pereira - Existe um banco privado. Mas público é o primeiro. O plano do Ministério da Saúde é construir 13 bancos do tipo. Com isso, haverá uma cobertura total do território nacional. As unidades serão coordenadas pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca). Todos esses bancos farão parte da Rede BrasilCord (Brasil Cordão), que por sua vez estará vinculada ao EuroCord e a USACord.
JC - De onde surgiu esta iniciativa?
Pereira - O projeto é desenvolvido pelo Inca e pela Fundação Ari Frausino. A fundação conseguiu um empréstimo junto ao Bndes para a aquisição dos equipamentos que foram repassados aos bancos de sangue de cordão. O investimento na compra dos aparelhos da unidade do Hospital de Clínicas é de R$ 3,5 milhões.
JC - Qual a estimativa de coleta do banco do HCPA?
Pereira - A unidade terá capacidade de armazenar três mil bolsas de sangue de cordão.
JC - Quem está habilitado a fazer a coleta do sangue de cordão umbilical?
Pereira - A coleta pode ser feita pelos médicos ou pelas enfermeiras. No Hospital de Clínicas, será realizada pela enfermagem.
JC - Como é feita a coleta?
Pereira - O processo é muito simples: pulsionamos a veia umbilical e retiramos o sangue de toda a placenta, o que dá um volume total de 100ml a 150ml. As células-tronco são isoladas no laboratório e é feito um concentrado dessas células e congelado em um equipamento chamado bioarquivo. As células-tronco são conservadas em nitrogênio líquido a menos 190 graus. Existem experiências de células-tronco conservadas por 12 ou 15 anos que funcionam.
JC - O que esse sangue de cordão tem de especial?
Pereira - Ele pode ser utilizado em todos os tipos de doenças malignas do sangue, como vários tipos de leucemias e aplasias de medula, ou seja, quando a medula para de funcionar. A medula dos nossos ossos é a fábrica de sangue. Se o tutano do osso deixar de funcionar, nós não temos mais sangue. O transplante de medula é a única maneira de salvar uma pessoa e de curarmos doenças malignas do sangue, o chamado câncer de sangue.
JC - Como serão selecionadas as mães doadoras?
Pereira - O processo será rigoroso. Serão realizados diversos exames de sangue e faremos um histórico clínico das mães. Se elas passarem nos exames, o sangue será conservado.
JC - Quais são as vantagens da criação deste banco?
Pereira - A vantagem é a disponibilidade imediata de sangue e de achar uma pessoa que necessita deste sangue. Ou seja, qualquer pessoa que necessite de um transplante de medula óssea. Sabendo das características do sangue (tipo) basta ir no bioarquivo e verificar se existe o tipo desejado. Uma outra grande vantagem é que a compatibilidade entre a célula-tronco do doador e a do receptor (paciente) com o sangue do cordão umbilical não necessita ser absolutamente completa. Por exemplo, se forem necessários seis itens para compatibilidade no sangue do cordão umbilical eu posso ter apenas quatro. A compatibilidade não precisa ser tão grande.
JC - Existem desvantagens?
Pereira - Sim. O sangue de cordão umbilical só pode ser usado em pessoas de pouco peso. Além disso, é um procedimento caro, uma vez que o sangue precisa estar estocado e todo o processo necessita do acompanhamento de uma equipe de especialistas.
JC - Como os pacientes recebem estas células?
Pereira - Na veia, como se fosse uma transfusão de sangue. O transplante de medula óssea é muito simples. As células-tronco circulam pelo nosso sangue e se aninham onde encontram melhor receptividade, ou seja, é na medula óssea do paciente que ela faz o seu lar.
JC - Como estão as pesquisas para novos tratamentos com células-tronco?
Pereira - Estamos fazendo uma investigação pesada em doenças cardíacas, do pâncreas e do sistema nervoso central. Queremos utilizar células-tronco em enfermidades relacionadas ao coração, como infarto, no sistema nervoso central (pessoas que ficam paralisadas), diabetes, no pâncreas e em pessoas com doenças imunológicas.
Fonte: Jornal do Comércio.
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Jornal do Comércio - Quando será inaugurado o Banco de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário (Bscup) em Porto Alegre?
João Pedro Marques Pereira - Temos datas previstas para a última semana de julho ou primeira semana de agosto. A inauguração oficial vai depender da agenda do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que faz questão de estar presente na inauguração da unidade no Estado.
JC - Já existe um banco de sangue de cordão umbilical no Rio Grande do Sul?
Pereira - Existe um banco privado. Mas público é o primeiro. O plano do Ministério da Saúde é construir 13 bancos do tipo. Com isso, haverá uma cobertura total do território nacional. As unidades serão coordenadas pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca). Todos esses bancos farão parte da Rede BrasilCord (Brasil Cordão), que por sua vez estará vinculada ao EuroCord e a USACord.
JC - De onde surgiu esta iniciativa?
Pereira - O projeto é desenvolvido pelo Inca e pela Fundação Ari Frausino. A fundação conseguiu um empréstimo junto ao Bndes para a aquisição dos equipamentos que foram repassados aos bancos de sangue de cordão. O investimento na compra dos aparelhos da unidade do Hospital de Clínicas é de R$ 3,5 milhões.
JC - Qual a estimativa de coleta do banco do HCPA?
Pereira - A unidade terá capacidade de armazenar três mil bolsas de sangue de cordão.
JC - Quem está habilitado a fazer a coleta do sangue de cordão umbilical?
Pereira - A coleta pode ser feita pelos médicos ou pelas enfermeiras. No Hospital de Clínicas, será realizada pela enfermagem.
JC - Como é feita a coleta?
Pereira - O processo é muito simples: pulsionamos a veia umbilical e retiramos o sangue de toda a placenta, o que dá um volume total de 100ml a 150ml. As células-tronco são isoladas no laboratório e é feito um concentrado dessas células e congelado em um equipamento chamado bioarquivo. As células-tronco são conservadas em nitrogênio líquido a menos 190 graus. Existem experiências de células-tronco conservadas por 12 ou 15 anos que funcionam.
JC - O que esse sangue de cordão tem de especial?
Pereira - Ele pode ser utilizado em todos os tipos de doenças malignas do sangue, como vários tipos de leucemias e aplasias de medula, ou seja, quando a medula para de funcionar. A medula dos nossos ossos é a fábrica de sangue. Se o tutano do osso deixar de funcionar, nós não temos mais sangue. O transplante de medula é a única maneira de salvar uma pessoa e de curarmos doenças malignas do sangue, o chamado câncer de sangue.
JC - Como serão selecionadas as mães doadoras?
Pereira - O processo será rigoroso. Serão realizados diversos exames de sangue e faremos um histórico clínico das mães. Se elas passarem nos exames, o sangue será conservado.
JC - Quais são as vantagens da criação deste banco?
Pereira - A vantagem é a disponibilidade imediata de sangue e de achar uma pessoa que necessita deste sangue. Ou seja, qualquer pessoa que necessite de um transplante de medula óssea. Sabendo das características do sangue (tipo) basta ir no bioarquivo e verificar se existe o tipo desejado. Uma outra grande vantagem é que a compatibilidade entre a célula-tronco do doador e a do receptor (paciente) com o sangue do cordão umbilical não necessita ser absolutamente completa. Por exemplo, se forem necessários seis itens para compatibilidade no sangue do cordão umbilical eu posso ter apenas quatro. A compatibilidade não precisa ser tão grande.
JC - Existem desvantagens?
Pereira - Sim. O sangue de cordão umbilical só pode ser usado em pessoas de pouco peso. Além disso, é um procedimento caro, uma vez que o sangue precisa estar estocado e todo o processo necessita do acompanhamento de uma equipe de especialistas.
JC - Como os pacientes recebem estas células?
Pereira - Na veia, como se fosse uma transfusão de sangue. O transplante de medula óssea é muito simples. As células-tronco circulam pelo nosso sangue e se aninham onde encontram melhor receptividade, ou seja, é na medula óssea do paciente que ela faz o seu lar.
JC - Como estão as pesquisas para novos tratamentos com células-tronco?
Pereira - Estamos fazendo uma investigação pesada em doenças cardíacas, do pâncreas e do sistema nervoso central. Queremos utilizar células-tronco em enfermidades relacionadas ao coração, como infarto, no sistema nervoso central (pessoas que ficam paralisadas), diabetes, no pâncreas e em pessoas com doenças imunológicas.
Fonte: Jornal do Comércio.