sexta-feira, 16 de julho de 2010

Drogas? Diga não

JORNAL BOA VISTA

A magnitude do problema do uso indevido de drogas, verificada nas últimas décadas, ganhou proporções tão graves que hoje é um desafio da saúde pública no país. Além disso, este contexto também é refletido nos demais segmentos da sociedade por sua relação comprovada com os agravos sociais, tais como: acidentes de trânsito e de trabalho, violência domiciliar e crescimento da criminalidade.

Os motivos que podem levar uma pessoa a se entregar ao vício de drogas são vários e vão desde a necessidade de aceitação por um grupo até um problema de cunho familiar ou emocional. Da mesma forma são inúmeras as pessoas que se aproveitam disso para traficar e obter lucros com as fraquezas alheias.

Mas como resolver essa situação? O tráfico cresce porque cresce o número de usuários de drogas. Este número aumenta porque aumenta o tráfico de drogas.

Não adianta lutar contra o tráfico, enquanto crime, e esquecer de lutar contra as causas que levam as pessoas ao consumo e a dependência química. O combate às drogas deve se dar também no âmbito educacional, psico-social, econômico e até mesmo espiritual.

No Brasil, a droga ilícita mais consumida é a “maconha” (Cannabis sativa Linneu). Cerca de 9% dos brasileiros admitem já ter usado esta substância pelo menos uma vez na vida, segundo dados da SENAD/CEBRID-UNIFESP.

Os efeitos do Cannabis são predominantemente alucinógenos, ou seja, a mesma age no sistema nervoso central provocando alucinações ou perturbações de diversos tipos. É comum o consumidor de esta substância apresentar: pupilas dilatadas, hiperemia das conjuntivas (olhos vermelhos), boca seca, aspecto de embriaguez, às vezes se torna extrovertido ou introvertido, tem fome exagerada; sendo comum também o surgimento de amnésias momentânea, ou seja, o consumo desta droga afeta a memória dos seus usuários quanto a lembranças recentes ou de curto prazo.

Outra droga ilícita muito consumida atualmente, é o CRACK, pode-se dizer que há uma verdadeira epidemia no país, atingindo cidades grandes, médias e pequenas.

O crack é uma droga feita a partir da mistura de cocaína com bicarbonato de sódio e vários outros componentes e geralmente é fumada. A fumaça produzida pela queima da pedra de crack, chega ao sistema nervoso central em aproximadamente 10 segundos, devido ao fato de a área de absorção pulmonar ser grande e seu efeito dura de 3 a 10 minutos, com efeito de euforia mais forte do que a da cocaína, após o que produz muita depressão, o que leva o usuário a usar novamente para compensar o mal-estar, provocando intensa dependência.

O Crack eleva a temperatura do corpo, podendo causar no dependente um AVC (acidente vascular cerebral). A droga também causa destruição de neurônios e provoca degeneração dos músculos do corpo (rabdomiólise), o que dá aquela aparência característica (esquelética) ao individuo: ossos da face salientes, braços e pernas finos e costelas aparentes. O crack inibe a fome, de maneira que os usuários só se alimentam quando estão sob seu efeito narcótico. Outro efeito é o excesso de horas sem dormir, e tudo isso pode deixar o dependente facilmente doente.

Após o uso, a pessoa apresenta quadros de extrema violência, agressividade que se manifesta a principio contra a família, desestruturando-a em todos os aspectos, e depois, por conseqüência, volta-se contra a sociedade em geral, com visível aumento do número de crimes.

O uso do crack e sua potente dependência psíquica, freqüentemente leva ao usuário à práticas de delitos, para obter a droga. Os pequenos furtos de dinheiro e de objetos, sobretudo, eletrodomésticos, muitas vezes começam em casa.

As chances de recuperação dessa doença exigem a submissão voluntária ao tratamento por parte do dependente, o que é difícil, haja vista que a “fissura”, isto é, a vontade de voltar a usar a droga, é grande demais.

A recuperação não é impossível, mas depende de muitos fatores, como o apoio familiar, da comunidade e a persistência da pessoa (vontade de mudar). Além disso, quanto antes procurada a ajuda, mais provável o sucesso do tratamento.

A Unidade Básica de Saúde São José consta com uma equipe multidisciplinar, composta por médico (Dra. Viviane Merlin Bernieri), enfermeira (Graciele Possenti) E Psicóloga (Márcia K. Secco Fernandez) que auxiliam no tratamento do dependente químico. Atualmente, estão sendo acompanhados vários pacientes (dependentes de crack, álcool e outras), incluindo pacientes do presídio Estadual; em que estão fazendo uso de medicamentos e soroterapia na unidade básica de saúde com acompanhamento semanal da equipe multidisciplinar.

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JORNAL BOA VISTA

A magnitude do problema do uso indevido de drogas, verificada nas últimas décadas, ganhou proporções tão graves que hoje é um desafio da saúde pública no país. Além disso, este contexto também é refletido nos demais segmentos da sociedade por sua relação comprovada com os agravos sociais, tais como: acidentes de trânsito e de trabalho, violência domiciliar e crescimento da criminalidade.

Os motivos que podem levar uma pessoa a se entregar ao vício de drogas são vários e vão desde a necessidade de aceitação por um grupo até um problema de cunho familiar ou emocional. Da mesma forma são inúmeras as pessoas que se aproveitam disso para traficar e obter lucros com as fraquezas alheias.

Mas como resolver essa situação? O tráfico cresce porque cresce o número de usuários de drogas. Este número aumenta porque aumenta o tráfico de drogas.

Não adianta lutar contra o tráfico, enquanto crime, e esquecer de lutar contra as causas que levam as pessoas ao consumo e a dependência química. O combate às drogas deve se dar também no âmbito educacional, psico-social, econômico e até mesmo espiritual.

No Brasil, a droga ilícita mais consumida é a “maconha” (Cannabis sativa Linneu). Cerca de 9% dos brasileiros admitem já ter usado esta substância pelo menos uma vez na vida, segundo dados da SENAD/CEBRID-UNIFESP.

Os efeitos do Cannabis são predominantemente alucinógenos, ou seja, a mesma age no sistema nervoso central provocando alucinações ou perturbações de diversos tipos. É comum o consumidor de esta substância apresentar: pupilas dilatadas, hiperemia das conjuntivas (olhos vermelhos), boca seca, aspecto de embriaguez, às vezes se torna extrovertido ou introvertido, tem fome exagerada; sendo comum também o surgimento de amnésias momentânea, ou seja, o consumo desta droga afeta a memória dos seus usuários quanto a lembranças recentes ou de curto prazo.

Outra droga ilícita muito consumida atualmente, é o CRACK, pode-se dizer que há uma verdadeira epidemia no país, atingindo cidades grandes, médias e pequenas.

O crack é uma droga feita a partir da mistura de cocaína com bicarbonato de sódio e vários outros componentes e geralmente é fumada. A fumaça produzida pela queima da pedra de crack, chega ao sistema nervoso central em aproximadamente 10 segundos, devido ao fato de a área de absorção pulmonar ser grande e seu efeito dura de 3 a 10 minutos, com efeito de euforia mais forte do que a da cocaína, após o que produz muita depressão, o que leva o usuário a usar novamente para compensar o mal-estar, provocando intensa dependência.

O Crack eleva a temperatura do corpo, podendo causar no dependente um AVC (acidente vascular cerebral). A droga também causa destruição de neurônios e provoca degeneração dos músculos do corpo (rabdomiólise), o que dá aquela aparência característica (esquelética) ao individuo: ossos da face salientes, braços e pernas finos e costelas aparentes. O crack inibe a fome, de maneira que os usuários só se alimentam quando estão sob seu efeito narcótico. Outro efeito é o excesso de horas sem dormir, e tudo isso pode deixar o dependente facilmente doente.

Após o uso, a pessoa apresenta quadros de extrema violência, agressividade que se manifesta a principio contra a família, desestruturando-a em todos os aspectos, e depois, por conseqüência, volta-se contra a sociedade em geral, com visível aumento do número de crimes.

O uso do crack e sua potente dependência psíquica, freqüentemente leva ao usuário à práticas de delitos, para obter a droga. Os pequenos furtos de dinheiro e de objetos, sobretudo, eletrodomésticos, muitas vezes começam em casa.

As chances de recuperação dessa doença exigem a submissão voluntária ao tratamento por parte do dependente, o que é difícil, haja vista que a “fissura”, isto é, a vontade de voltar a usar a droga, é grande demais.

A recuperação não é impossível, mas depende de muitos fatores, como o apoio familiar, da comunidade e a persistência da pessoa (vontade de mudar). Além disso, quanto antes procurada a ajuda, mais provável o sucesso do tratamento.

A Unidade Básica de Saúde São José consta com uma equipe multidisciplinar, composta por médico (Dra. Viviane Merlin Bernieri), enfermeira (Graciele Possenti) E Psicóloga (Márcia K. Secco Fernandez) que auxiliam no tratamento do dependente químico. Atualmente, estão sendo acompanhados vários pacientes (dependentes de crack, álcool e outras), incluindo pacientes do presídio Estadual; em que estão fazendo uso de medicamentos e soroterapia na unidade básica de saúde com acompanhamento semanal da equipe multidisciplinar.